Nâo adicionar a ilustração

criatura! Que sonhos seriam? E Emília pôs-se a imaginar altos sonhos de grandeza e vitória — os meninos têm a alma guerreira e dominadora.

Mais de quize minutos esteve a carruagenzinha a passear por ali, até que... Zucte! deu um arranquinho e lá se foi pelos ares, que nem um besouro dos gordos.

Emília bateu palmas e gritou "Viva! Viva!"; palmas e vivas que despertaram o menino, o qual sentou-se, espreguiçou-se e lambeu os beiços.

— Que lindos sonhos teve você, Pedrinho! — disse Emília. Sei tudo, vi tudo cá de fora. Posso descrever tudo quanto você sonhou.

Pedrinho abriu a boca, espreguiçando-se de novo.

— Diga então com que sonhei. Se acertar, ganha um presente.

Emília pensou. Pensou em triunfos, vitórias, coisas tremendas. Mas vendo pela segunda vez Pedrinho lamber os beiços, teve uma inspiração genial e disse:

— Pedrinho: Você sonhou com o tigelão em que tia Nastácia esteve batendo clara com açúcar para fazer suspiros!...

Pedrinho arregalou os olhos com assombro. Depois disse, rindo-se:

— Você é mesmo uma peste, Emilia! Pois há de crer que foi exatamente com isso mesmo que sonhei? E levantando-se foi correndo para a cozinha. Sempre que tia Nastácia fazia suspiro, guardava o tigelão para Pedrinho lamber...