O MUSEU DA EMÍLIA
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CAPINHA — Chamem o homem do machado!

NARIZINHO — Nesta casa o único homem é Pedrinho, que só
usa bodoque.

CAPINHA — Então não sei como vai ser, porque, sem homem
com machado não há meio de vencer esse lobo.

EMÍLIA(Sempre a observar pelo binóculo.) — Lá vem vindo
ele! Vem lambendo os beiços. Já farejou duas velhas aqui
dentro. É exatamente o mesmo que comeu a avó da Capi-
nha. Estou vendo as cicatrizes das machadadas e até estou
vendo um pedaço de machado que ficou na testa dele...

DONA BENTA — Que olhos a Emília tem!

EMÍLIA(Continuando.) — Já passou a porteira... Está no
terreiro. Vem vindo, vem vindo... Parou para farejar
o mastro de São João. Vai comer o mastro!...

DONA BENTA(Consigo.) — Será possível?

EMÍLIA(Continuando.) — Não comeou o mastro, não. Vem
vindo para a varanda. Chegou. (Pula da mesa e tranca a
janela.)


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