E chegando a esta terra logo não fui nada disto porque um direito entre tortos parece que anda torcido.
Desvanece-se grandemente do seu título de doutor e de vez em quando o alardeia. No Benze-se o poeta de várias ações que observava na sua pátria, ralha:
Que pregue um douto sermão um alarve, um asneirão; e que esgrima em demasia quem nunca lá da Sofia soube ler um argumento anjo bento!
A Sofia é a Universidade de Coimbra, alcunha que lhe veio da rua desse nome ficava. Nas Verdades lastima-se:
Os doutos estão nos cantos Os ignorantes na praça.
Nos Milagres do Brasil exprobra:
Um branco muito encolhido, um mulato muito ousado, um branco todo coitado, um canaz todo atrevido. O saber muito abatido a ignorância e ignorante muito ufano e mui farfante sem pena ou contradição: milagres do Brasil são.
Mostra Gregório de Matos particular ojeriza a negros e mulatos, aos quais por via de regra chama de cães. Tinha consciência e orgulho de sua prosápia e sangue estreme. Lastima, é certo, os negros e teve uma vez expressões de comiseração pelos escravos (pelo que já o deu a crítica indígena por abolicionista), mas a conta que de uns e outros fazia era a do reinol do mazombo, isto é, do branco filho de português