Página:Historia da literatura brasileira (Verissimo, 1916).pdf/325

e Silva (1827-1886), Aureliano José Lessa (1828-1861), Bernardo Joaquim da Silva Guimarães (1827-1884), José Alexandre Teixeira de Melo (1833-1907), José Joaquim Cândido de Macedo Júnior (1842-1860) e outros de menor merecimento e reputação.

Francisco Otaviano e José Bonifácio, chamado o Moço, para distingui-lo do seu tio do mesmo nome, o patriarca da Independência, foram dous brilhantes poetas amadores, dous insignes diletantes da poesia, e também, dous brilhantes espíritos, porventura dous talentos de primeira ordem. Mas a sua vocação, se a vocação não é «senão a incapacidade de falharmos às inclinações naturais do nosso espírito», não eram as letras ou ao menos as letras praticadas com a assiduidade de uma profissão. Com encantador e não vulgar estro poético, ambos, apenas esporádica e ocasionalmente, poetaram. Esse dom, o exerceram antes como uma prenda de sociedade, mais uma distinção a juntar às muitas que possuíam como políticos, jornalistas, parlamentares, juristas, do que por necessidade do seu temperamento literário. José Bonifácio, cuja obra poética esparsa contém algumas obras-primas (O redivivo, Um pé, Primus inter pares, A margem da corrente), publicou apenas, ainda em antes que começasse esta geração, com a qual principalmente cantou, um pequeno folheto de versos Rosas e goivos, em 1848. Francisco Otaviano versificou copiosa e elegantemente em jornais, revistas e álbuns mulheris, fez primorosas traduções de Byron, deixou admiráveis versos proverbiais, mas ao cabo nenhum volume por onde possamos cabalmente apreciá-lo. Nem um, nem outro tiveram na nossa poesia a importância a que os seus talentos lhes dariam direito incontestável e até os obrigavam; ambos, porém, exerceram nela, ao menos no círculo