de meu coração o retrato de Lucinda, e por baixo dele achei gravado o de Paulina.
– É extraordinário; mas nem por isso posso compreender o motivo por que andas triste. Queres bem a essa moça e ela na obrigação em que está para contigo, é impossível que te desdenhe, e o pai muito menos.
– Não me desdenha não, minha mãe; disso estou certo, e até creio que me quer muito bem.
– Pois então?... ela é rica, bonita e de boa família; tu também não és nenhum pé-rapado; vai lá, pede-a em casamento, que estou certa que não ta negarão; casa-te com ela e está tudo acabado. Parece até que a misericórdia de Deus estava armando as coisas deste jeito, para que nunca fosses marido daquela boneca de fogo – Deus me perdoe, – e tivesses uma mulher como mereces.
– Prouvera a Deus, que assim fosse! mas, ai de mim! não pode, não pode ser assim.
– Por que não, meu filho? quem te estorva?...
– São contos largos, minha mãe!
– Pois venham esses contos largos; tens porventura segredos para mim?...
– Nenhum por certo, e peço-lhe perdão por não lhe ter contado tudo há mais tempo.
Eduardo contou então a sua mãe fiel e minuciosamente,