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se toda encolhida aos mais íntimos esconderijos do crânio, tiritando de frio e de medo.

A falar-vos verdade, minhas senhoras, tenho o espírito tão seco e estéril, como a caveira de um defunto enterrado há cem anos.

Ah! falei-vos em caveira!...

E não é, que esta idéia de caveira veio despertar-me a reminiscência entorpecida pelo frio?!

Foi como a vara mágica de Moisés, que fez rebentar água em jorros da aridez do rochedo do deserto.

E pois vou contar-vos a história de uma caveira me­morável.

Não se arrepiem, minhas senhoras; não é história de almas do outro mundo, de trasgos, nem de duendes.

É uma simples tradição nacional, ainda bem recente, e da nossa própria terra.

Essa história eu a poderia intitular:


História de uma Cabeça Histórica