presença lhe faz mal, e antes que ela me veja outra vez, é meu dever retirar-me.
– Pelo contrário; agora já que aqui veio, tenha paciência, há de ficar; o senhor é o único que poderá salvá-la nesta cruel conjuntura; perdoe esta franqueza de um pobre pai desatinado pela dor e em risco de perder sua única filha. Ela tem pelo senhor uma paixão louca, estou disso bem persuadido; aquele sucesso da onça a fez enlouquecer...
– Também assim o creio, senhor Ribeiro; porém... desgraçadamente em nada lhe posso valer.., tenho as mãos atadas...
– Que me diz?...ah!... já me lembro... desgraçado de mim!... onde anda esta cabeça!... essa senhora, com quem ia casar-se ou talvez já esteja casado...
– Nada disso, senhor Ribeiro; dessa loucura há muito estou desencantado, e por esse lado nada mais me estorva...
– Deveras!... pois então o que lhe impede?...
– Escute ainda, senhor Ribeiro; tenha paciência; devo dizer-lhe tudo; se naquele tempo eu tinha meu coração e minha palavra empenhada a uma mulher, hoje a tenho empenhada a um homem...
– Como assim?... não o entendo; tenha a bondade de explicar-se melhor.