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a astúcia de que se valera para livrar para sempre daquele feroz pretendente. Contan­do como certa a sua ruína e possuídos de terror, seus co­vardes companheiros resolveram mandar um emissário ao encontro dos inimigos para dar-lhes satisfações e dizer-lhes que nenhuma parte tinham tido na morte de seu chefe, que fora Jupira a única autora daquele atentado, e que para aplacar sua justa cólera estavam prontos a entregar-lhes viva ou morta a criminosa. Este teria sido o destino da linda caboclinha se um de seus pretendentes, esperando assim fazer jus à gratidão e ao amor da rapariga, não a tivesse avisado da bárbara e aleivosa intenção dos seus.

Jupira e sua mãe fugiram para Campo Belo e acolheram-se à fazenda dos padres, resolvidas a nunca mais voltarem para a companhia de seus pérfidos companheiros.

Era já a quarta vez que Jupira desde que nascera tro­cava a selva pela casa paterna, e a casa pela selva alternati­vamente. Seu pai a recebeu com os braços abertos, e sentiu grande alegria em tornar a achar a filha, na qual já há muito havia perdido as esperanças de tornar a pôr os olhos em dias de sua vida. Recolheu-a para casa, e extasiado de sua for­mosura e do viçoso desenvolvimento de suas