Aquele mocinho tão novo, tão esbelto e garboso, com a alma tão serena, tão cheia de risonhas visões e doces sonhos de esperança; aquela criança descuidosa, que nenhum mal lhe fizera, que a ele se abandonava com tão sincera e ingênua confiança, ter de cair vítima do seu punhal, ir servir de pasto a esses mesmos peixes que procurava atrair ao seu anzol, e com que esperava regalar-se!... O coração do mancebo fraqueava, e tinha ímpetos de arrojar ao rio a faca que lhe dera Jupira, e dizer ao seu companheiro: – fujamos; Carlito, fujamos; um grande perigo aqui nos ameaça!
Mas para logo surgia ante o seu espírito a linda e voluptuosa imagem de Jupira, que como o anjo do mal conjurava todos aqueles escrupulosos impulsos.
O beijo de fogo, que lhe dera, ardia-lhe ainda nos lábios, e lhe fervia no coração como um filtro peçonhento que lhe queimava o sangue, e lhe escaldava o cérebro em delírios de volúpia. – Oh! pensava ele ainda contemplando com olhos cheios de inveja e de ciúme as esbeltas e bem talhadas formas e o encantador semblante do imberbe adolescente; – oh! este menino!... este menino!... e ela o amava!... por mais que diga que o odeia, esse ódio não pode durar muito... e no fim de contas, se eu o poupar... quem sabe... será ele o feliz amante, que há