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que deu no senhor Eduardo?... para esse sim, é que toda a vingança seria ainda pouca. Admira que o primo, sendo tão valente, não acompanhasse de perto o sr. Eduardo para ajudá-lo a matar a onça; talvez tivesse evitado semelhante desastre.

– Isso é que é verdade; acudiu o velho; – se algum dos outros companheiros chegasse junto aqui com o senhor, e a bicha em vez de um recebesse dois tiros a um tempo, e que pegassem em bom lugar, talvez não tivesse tido tempo de fazer o que fez. Mas o que querem? a rapaziada pateteou...

– Ora essa é que é boa!... pateteou não, meu tio; como é que eu havia de chegar a tempo, se o meu cavalo caiu engastalhado no meio das malditas coivaras que me atravancavam a passagem, e eu levei uma embarroada nesta perna, que me fez chiar, e que até agora está-me doendo, e quase que eu não podia dar um passo. Não fosse isso, eu era o primeiro a chegar, e diabos me carreguem nesta hora, se eu só não tivesse dado cabo da bicha, sem levar um arranhão que fosse...

– Oh! pois não!... exclamou Eduardo sorrindo-se: não havia nada mais fácil... de dizer-se. Meu amigo, eu também levei encontroadas horríveis no meio daquelas diabólicas coivaras e tenho o corpo todo pisado e magoado; o meu cavalo também caiu;