— Sinto, senhores, não ter um talento digno do assunto...
— Não apoiado! está falando muito bem! disseram muitas vozes em volta do orador.
— Agradeço a bondade de V. Excias.; mas eu persisto na crença de que não tenho o talento capaz de arcar com um objeto de tanta magnitude.
— Não apoiado!
— V. Excias. confundem-me, respondeu Porfírio curvando-se. Não tenho esse talento; mas sobra-me boa vontade, aquela boa vontade com que os apóstolos plantaram no mundo a religião do Calvário, e graças a este sentimento poderei resumir em duas palavras o brinde aos noivos. Senhores, duas flores nasceram em diverso canteiro, ambas pulcras, ambas recendentes, ambas cheias de vitalidade divina. Nasceram uma para outra; era o cravo e a rosa; a rosa vivia para o cravo, o cravo vivia para a rosa: veio uma brisa e comunicou os perfumes das duas flores, e as flores, conhecendo que se amavam, correram uma para a outra. A brisa apadrinhou essa união. A rosa e o cravo ali estão consorciados no amplexo da simpatia: a brisa ali está honrando a nossa reunião.
Ninguém esperava pela brisa; a brisa era o Dr. Valença.
Estrepitosos aplausos celebraram este discurso em que o Calvário andou unido ao cravo e à rosa. Porfírio