Aquele moço que ali está parado na Rua Nova do Conde esquina do Campo da Aclamação, às dez horas da noite, não é nenhum ladrão, não é sequer um filósofo. Tem um ar misterioso, é verdade; de quando em quando leva a mão ao peito, bate uma palmada na coxa, ou atira fora um charuto apenas encetado. Filósofo já se vê que não era. Ratoneiro também não: se algum sujeito acerta de passar pelo mesmo lado, o vulto afasta-se cauteloso, como se tivesse medo de ser conhecido.
De dez em dez minutos, sobe a rua até o lugar em que ela faz ângulo com a Rua do Areal, torna a descer dez minutos depois, para de novo subir e descer, descer e