com a namorada, sem testemunhas, o que foi logo no dia seguinte, manifestou a desconfiança que lhe escurecera o espírito até ali tão cor-de-rosa. Rosina soltou uma risada, — uma dessas risadas que levam a convicção ao fundo dalma — a tal ponto que o rapaz de nariz comprido julgou de sua dignidade não insistir na absurda suspeita.
— Já lhe disse: ele bem vontade tem de que eu o namore, mas perde o tempo: eu só tenho uma cara e um coração.
— Oh! Rosina, tu és um anjo!
— Quem dera!
— Um anjo, sim, insistiu o rapaz de nariz comprido; e creio que posso chamar-te brevemente minha esposa.
Os olhos da moça faiscaram de contentamento.
— Sim, continuou o namorado; daqui a dois meses estaremos casados...
— Ah!
— Se todavia...
Rosina empalideceu.
— Todavia? repetiu ela.
— Se todavia, o Sr. Vieira consentir...
— Por que não? disse a moça tranqüilizado-se do susto que tivera; ele deseja a minha felicidade; e o casamento contigo é a minha felicidade maior. Ainda quando porém se oponha aos impulsos do meu coração, basta que eu queira para que os nossos desejos se realizem. Mas descansa, meu tio não porá obstáculos.