qualquer. Por esse motivo, depois de muito e longo cogitar, confiou todos os seus pesares e suspeitas ao companheiro de casa e pediu-lhe um conselho; Jorge deu-lhe dois.
— Minha opinião, disse Jorge, é que não te importes com ela e vás trabalhar, que é coisa mais séria.
— Nunca!
— Nunca trabalhar?
— Não; nunca esquecê-la.
— Bem, disse Jorge descalçando a bota do pé esquerdo, nesse caso vai ter com esse sujeito de quem desconfias e entende-te com ele.
— Aceito! exclamou Ernesto; é o melhor. Mas, continuou ele depois de refletir um instante, e se ele não for meu rival, que hei de fazer? como descobrir se há outro?
— Nesse caso, disse Jorge, estendendo-se filosoficamente na marquesa, nesse caso o meu conselho é que tu, ele e ela vão todos para o diabo que os carregue.
Ernesto cerrou os ouvidos à blasfêmia, vestiu-se e saiu.