a parasita azul
19


II

para goyaz


D’ahi a dias seguiam ambos para Santos, de la para S. Paulo e tomavam a estrada de Goyaz.

Soares, á medida que ia rehavendo a antiga intimidade com o filho do commendador, contava-lhe as memorias da sua vida, durante os oito annos de separação, e, á falta de cousa melhor, era isto o que entretinha o médico nas occasiões e logares em que a natureza lhe não offerecia algum espectaculo dos seus. Ao cabo de umas quantas leguas de marcha estava Camillo informado das rixas eleitoraes de Soares, das suas aventuras na caça, das suas proezas amorosas, e de muitas cousas mais, umas graves, outras futeis, que Soares narrava com egual enthusiasmo e interesse.

Camillo não era espirito observador; mas a alma de Soares andava-lhe tão patente nas mãos, que era impossivel deixar de a ver e examinar. Não lhe pareceu mau rapaz; notou-lhe porêm, certa fanfarronice, em todo o genero de cousas, na politica, na caça, no jôgo, e até nos amores. N’este último capítulo havia um paragrapho serio; era o que dizia respeito a uma moça, que elle