minha última carta. E que quer voce que eu lhe mande? Tenho aqui uns figurinos recebidos hontem, mas não va portador. Se puder arranjar algum por estes dias irá tambem um romance que ine trouxeram ésta semana. Chama-se Ruth. Conhece?

A Mariquinhas Rocha vae casar. Que pena! tão bonitinha, tão boa, tão creança, vae casar... com um sujeito velho! E não é so isto: casa-se por amor. Eu duvidei de semelhante cousa; mas todos dizem que tanto o pae como os mais parentes procuraram dissuadil-a de semelhante projecto; ella porém insistiu de maneira que ninguem mais se lhe oppoz.

A fallar verdade, elle não está a calir de maduro; é velho, mas elegante, ganienho, robusto, alegre, diz muitas pillierias e parece que tem boin coração. Não era eu que cahia apesar de tudo isto. Que consorcio póde haver entre uina rosa e uma carapuiça?

Antes, mil vezes antes, casasse ella com o filho do noivo; esse sim, é um rapaz digno de merecer una moça como ella. Dizem que é um bandoleiro dos quatro costados; mas voce sabe que eu não creio em bandoleiros. Quando ama pessoa quer, vence o coração mais versatil d’este inundo.

O casamento parece que sera d’aqui a dous mezes. Irei naturalmente ás exequias, quero dizer as bodas. Pobre Mariquinhas! Lembra-se das nossas tardes no