De que me serve a política, meu pai?
— De muito. Serás primeiro deputado provincial; podes ir depois para a Câmara no Rio de Janeiro. Um dia interpelas o ministério, e se ele cair, podes subir ao governo. Nunca tiveste ambição de ser ministro?
— Nunca.
— É pena!
— Por quê?
— Porque é bom ser ministro.
— Governar os homens, não é? disse Camilo rindo; é um sexo ingovernável; prefiro o outro.
Seabra riu-se do repente, mas não perdeu a esperança de convencer o herdeiro.
Havia já vinte dias que o médico estava em casa do pai, quando se lembrou da história que lhe contara Soares e do sonho que este tivera no pouso. A primeira vez que foi à cidade e esteve com o filho do negociante, perguntou-lhe:
— Diga-me, como vai sua Isabel, que ainda a não vi?
— Soares olhou para ele com o sobrolho carregado e levantou os ombros resmungando um seco:
— Não sei.
Camilo não insistiu.
A moléstia ainda está no período agudo, disse ele consigo.
Teve porém curiosidade de ver a formosa Isabelinha,