a quem o pai foi chamar, e que apareceu logo trajado no rigor da moda.
— É um par de pombos, disse a Sra. D. Margarida Vilela, apenas saiu a comitiva.
— É verdade! disseram em coro os dois irmãos Valadares e Justiniano Vilela.
A menina Luísa, que era alegre por natureza, alegrou a situação, conversando com as outras moças, uma das quais, a convite seu, foi tocar alguma coisa ao piano. Calisto Valadares suspeitava que houvesse uma omissão nas Escrituras, e vinha a ser que entre as pragas do Egito devia ter figurado o piano. Imagine o leitor com que cara viu ele sair uma das moças do seu lugar e dirigir-se ao fatal instrumento. Soltou um longo suspiro e começou a contemplar as duas gravuras compradas na véspera.
— Que magnífico é isto! exclamou ele diante do Sardanapalo, quadro que ele achava detestável.
— Foi papai quem escolheu, disse Rodrigo, e foi essa a primeira palavra que pronunciou desde que entrou na sala.
— Pois, senhor, tem bom gosto, continuou Calisto; não sei se conhecem o assunto do quadro...
— O assunto é Sardanapalo, disse afoitamente Rodrigo.
— Bem sei, retrucou Calisto, estimando que a conversa pegasse; mas eu pergunto se...
Não pôde acabar; soaram os primeiros compassos.