trato que apenas põe em evidencia uma grande expressão de bondade. No Peveril of the Peak, de Walter Scott, a rainha, que atravessa os ultimos capitulos d'este romance, resalta com essa mesma expressão de bondade, annuveada de melancholia. Mas Antonio de Villasboas não se prendeu com estas pequenas teias de aranha, e saudou em D. Catharina de Bragança a oitava maravilha do mundo, quanto a belleza.
Oiçamol-o:
Dita será que vejam lá no Norte,
D'onde o mal até agora ha procedido,
O bem melhor da lusitana côrte,
A bellesa maior, que hão conhecido.
Esta hyperbole é um pouco compromettedora para as damas portuguezas, visto que D. Catharina, não sendo bonita, era inculcada pelo poeta como o bem melhor da lusitana côrte, a bellesa maior!... O poeta offendia d'est'arte os creditos das damas portuguezas, que sempre tiveram fama de bellas. Aqui ha prejuizo de terceiro.
Mas os poetas, se lhes dá para serem lisongeiros, teem a vertigem da hyperbole. Villasboas continúa:
De dia, se a não via, me alegrava
Vêr o sol, que algum tanto a parecia,
Não em tudo, que a elle lhe faltava
Da bella infanta a graça e bisarria: