Diz a tradição bracharense que n'um dos predios lateraes d'aquellas escadas vivia uma mulher galanteada pelo rei, e que D. Miguel, em 1832, quando de Lisboa sahira para Braga, ia todas as tardes vêl-a, subindo e descendo as escadas a cavallo.
Das suas faceis aventuras minhotas deve o leitor presumir. Braga estava completamente fanatisada pelo rei. As mulheres cobriam de beijos as medalhas e os anneis que se vendiam com o lindo retrato de D. Miguel.
Se fôres a Braga,
Traze-me um annel,
Que tenha o retrato
D'el-rei D. Miguel.
Braga era a cidade fiel, por excellencia, ao rei.
Nos campos ou nas ruas, mulheres, de lenço encarnado,—a côr miguelista,
Se fôres a Braga,
Traze-me uma fita,
Que seja vermelha,
Que eu sou realista,
cantavam trovas em que o nome de D. Miguel se confundia com o das plantas e das flôres mais rescendentes.
O alecrim é verde,
A rosa tem cheiro:
Viva D. Miguel,
D. Miguel primeiro!