para vos poupar um sacrilegio e uma excommunhão. Boa tarde.
«Entretanto chegavam o commissario de policia e o cardeal Somaglia, com trinta suissos, vestidos de valetes de oiros.
«—Grande principe e grande rei, disse elle aos dois, é hoje o domingo do perdão. Estendei-vos a mão mutuamente. Sua magestade o rei de Portugal é joven e é preciso que a mocidade passe. Vou contar-vos a historia do sobrinho do pontifice Paulo.
«E os tres interlocutores desceram para a rua de Borgo Nuovo, rindo do sobrinho d'esse grande papa, esquecendo a historia que no momento os interessava; e o principe Aldobrandini convidou D. Miguel a jantar n'essa bella villa que se encontra á esquerda, antes de entrar a porta do Popolo.»A historia do sobrinho de Paulo II é que eu não contarei, nem que me queimem.
Méry teve menos escrupulos do que eu, e o proprio Paulo II não teve mais quando, sabendo-a, exclamou: Il faut bien que jeunesse se passe!
Mas como o livro Nuits parisiennes é vulgarissimo, quem quizer que a procure lá.
Eu d'ahi lavo as mãos.
E, por não enfadar a paciencia do leitor, e por evitar algumas memorias de caracter escabrosamento pornographico, não irei mais longe.