DUAS IMPERATRIZES
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—Deixe lá, princeza. É uma novidade que talvez produza effeito.

—É uma festa estragada!

—Mas, princeza, o que quer fazer? A condessa, de qualquer modo que appareça, ha de ser sempre bonita. Seja indulgente com ella. De mais a mais sabe que a mãi de madame de Persigny está doida?

—Ah! ripostou a princeza. A mãi de madame de Persigny é doida? Pois meu pai tambem o é. Não cederei.

E assim era, realmente. O conde Chandor, pai da princeza de Metternich, que era o melhor sportman da Europa, avariou o cerebro á força de trambolhões com que se vingavam do seu calção audacioso os cavallos insubmissos.

Outro exemplo das mil coisissimas nenhumas que preoccupavam ás vezes a côrte das Tulherias.

A condessa de Wagner, que tinha setenta annos, mas que havia sido uma bonita mulher, appareceu uma vez nas Tulherias com uma cabelleira loira similhante á que a Schneider exhibia na Bella Helena.

Madame Carette desatou a rir quando a viu, e a imperatriz, que n'esse momento sahia do seu gabinete, quiz saber o motivo de tamanha hilaridade. Madame Carette disse-lh'o, e a imperatriz quiz vêr, através de uma vidraça, a cabeça de Medusa da condessa de Wagner. Viu, e tambem desatou a rir. Mas, passado o primeiro momento, ordenou a madame Carette: