—Vimos pedir a vossa alteza que se digne subir ao throno do Mexico, aonde vos chamam os votos de um paiz ha longo tempo dilacerado pela guerra, pois que possuis o segredo de conquistar os corações e a sciencia difficil de governar.

O archiduque respondeu:

—Que accedia aos desejos do povo mexicano, ao qual daria um governo liberal e constitucional, e que mostraria que a liberdade é compativel com o regimen da ordem.

Em seguida a esta troca de pequenos discursos, houve permutação de juramentos sobre o Evangelho: o imperador jurou fazer a felicidade do Mexico; D. Gutierrez, em nome do Mexico, jurou fazer a felicidade do imperador.

Como são falliveis e fallazes, tantissimas vezes, estes juramentos solemnes, cuja realisação não depende dos homens, que os fazem, mas apenas de Deus, que possue o segredo do futuro!

Maximiliano fiou mais de Napoleão III que d'essa mysteriosa força reguladora dos destinos humanos, que uns chamam Providencia, outros Acaso.

O deus das Tulherias promettia protegel-o, e tanto bastava n'uma época em que Bismarck não monopolisava ainda a direcção politica da Europa. De mais a mais, havia ao lado de Maximiliano uma gentil mulher que o amava, e que se ufanava de que o marido podesse cingir a cabeça com a corôa de um novo imperio, de que elle viria a ser o creador ostensivo.