e que a familia real portugueza acaba de passar tres dias n'essa região ignorada, defendida da contacto das gentes pela altitude penhascosa das suas montanhas alpestres, pela torrente espumosa das suas rapidas cataractas, e pelo accesso difficil das suas quebradas profundas, dos seus picos ingentes, e dos seus barrocaes pavorosos.

O Gerez não é precisamente uma serra que os snrs. reporters tenham mais ou menos phantasiosamente recortado sobre os contornos das montanhas alcantiladas da Escocia ou da Suissa, eriçadas de sarçaes, esmaltadas de lagos argenteos e povoadas de raças autochtones, que se manteem na plenitude da sua originalidade rudimentar.

Os snrs. reporters podem ter, e teem decerto, prendas litterarias para isso e muito mais, mas ao menos d'esta vez teem sido de uma veracidade immaculada, de que podem dar testemunho as poucas pessoas que, em relação á população total do paiz, conhecem a provincia do Minho para além do rio Cavado e do seu irmão siamez o rio Homem.

O Gerez não é uma fabula, não senhores, é uma cordilheira que existe tão realmente como a podem vêr os povos confinantes do Minho e Traz-os-Montes, estendendo-se na direcção de nordéste para suduéste e na extensão de sete leguas, desde Pitões até Rio Caldo.

Esta serra notavel, cujo terreno é de uma formação geologica primitiva, conserva, em harmonia com o seu granito silicioso, uma bella mise-en-scène por