os seus mattos, nas cantigas, que entoavam entre as voltas e saltos dos bailes, publicaram logo a quanto chegava o que sabiam do ceu e da fé. Um dizia assim: Benta seja a santa Trindade, irmã de Nossa Senhora

Chamar á Santissima Trindade irmã de Nossa Senhora não é menor desacerto do que chamar reverendo ao rei.

Mas tudo isto denuncía que entre Frei Bartholomeu dos Martyres e o arcebispo D. Antonio Honorato o Alto Minho tem continuado a dormir, sobre as coisas da religião como sobre tudo o mais, e que, surprehendido pelos foguetes dos ultimos dias, accordou estrenoitado, confundindo a personificação do primeiro poder do estado com o maior poder que o serrano minhoto tem conhecido até hoje: o clero.

Porque a verdade é que justiças de el-rei não são conhecidas no Alto Minho, nem lá chega a irradiação constitucional do grande foco da administração publica chamado governo.

Não se lembram do livro de D. Antonio da Costa, intitulado No Minho? Pois elle lá descreve a communa de S. Miguel de Entre os Rios, que ao nascente prende com o Gerez e ao norte com o Suajo.

A freguezia está dividida em cantões, governados por um juiz que os habitantes elegem d'entre si. O povo entrega ao juiz a carrapita (o busio), e quando o juiz entende que é preciso reunir assembléa geral, para tomar qualquer deliberação, convoca o povo tocando o busio.