principe pensava exclusivamente no modo de poder desposal-a, ainda que para isso fosse preciso arremessar ao mar, do alto do largo balcão de pedra, a sua corôa de principe, o seu titulo de duque.

Mas o mar ensinava-o a ser forte, embora, para vencer, tivesse de parecer sereno.

Descendo do seu largo balcão de pedra, o principe Oscar passearia decerto na collina de Mosebakkan, d'onde toda a cidade de Stockolmo se avista a vôo de passaro, e desejaria porventura poder depôr aos pés de Ebba Munck toda essa bella cidade pittoresca como um estranho presente de nupcias.

Se de todo perdesse a esperança de poder realisar o seu sonho de amor, iria porventura refugiar-se na solidão gelada da Noruega, em Hammerfest talvez, a cidade mais septentrional do mundo, a dois passos do cabo Norte, habitando uma d'essas casas exoticas, feitas de troncos de arvore, que os seus habitantes occupam.

Mas todo o aspecto do paiz o enchia de confiança e de estimulo. Os Alpes scandinavos diziam-lhe que fosse inabalavel como elles; as torrentes que fosse impetuoso como ellas; as florestas de pinheiros que as imitasse na firmeza; os golfos que teimasse, a seu exemplo, em vencer os obstaculos. Tanto mais que o principe Oscar sabia que era amado...

Dissera-lh'o Ebba Munck, a quem elle abrira o seu coração.

Era certo que ella fugira da côrte, para evitar o