Certo dia Catharina procurou sondar uma criada sua, Maria se chamava ella, dizendo-lhe:
—Se soubesse que não me denunciarias, confiava-te um segredo.
A criada respondeu:
—Guardarei segredo do que me disserdes, comtanto que não toque pelo rei.
Sangrava-se em saude, a criada, lembrando-se certamente de que a confidente de Anna Boleyn havia sido queimada.
A rainha disfarçou:
—Outro dia fallaremos n'isso. Mas não é coisa que toque pelo rei.
Passado tempo, Catharina tentou sondar outra criada:
—Joanna, desejo fazer-te bem e conseguir que el-rei te case honestamente.
E, juntando os factos ás palavras, deu-lhe alguns vestidos e joias.
Corridos dias, a rainha abriu-se confidencialmente com a criada.
Disse-lhe que amava Colepeper, que pensára mesmo em casar com elle antes do rei a requestar. E pediu-lhe que a auxiliasse para ter uma entrevista com Colepeper, visto que o rei ia sahir para Rionsirche.
A criada teve medo, recusou-se e foi denunciar a rainha ao arcebispo do Cantorbery. Mas parece que outra criada, menos timida, favorecêra os intentos de Catharina, porque depois se averiguou, como vamos