N'isto não me achei contento
Que se a outra dei a mão,
Dei a vós o coração.
Como, senhora, vos vi,
Sem palavras de presente
Na alma vos recebi,
Onde estareis para sempre.
Não, dei palavra sómente,
Não fiz mais que dar a mão,
Guardai vós o coração.
Casei-me com meu cuidado
E com vosso desejar,
Senhora, não sou casado,
Não m'o queiraes acuitar.
Que servir-vos, e amar
Me nasceu do coração
Que tendes em vossa mão.
O casar não faz mudança
Em meu antigo cuidado,
Nem me negou esperança
Do galardão esperado:
Não ma engeiteis por casado,
Que se a outra dei a mão,
Dei a vós o coração.
Francamente, a interpretação que o illustre escriptor snr. Theophilo Braga deu a este vilancete, parece-nos forçada.
A affirmação do poeta, na hypothese de que o vilancete seja realmente seu, é tão categorica: