que era preciso para acabar com tantas scismas, que prova de amor queria que ella lhe désse.--A resposta de José Maria foi uma pergunta.
--Está disposta a fazer-me um grande sacrificio? disse-lhe eu. Clemencia jurou que sim. «Pois bem, rompa com tudo, familia e sociedade; venha morar commigo; casamo-nos depois desse noviciado.» Comprehendo que Vossa Reverendissima arregale os olhos. Os della encheram-se de lagrimas; mas, apesar de humilhada, aceitou tudo. Vamos; confesse que sou um monstro.
--Não, senhor...
--Como não? Sou um monstro. Clemencia veiu para minha casa, e não imagina as festas com que a recebi. «Deixo tudo, disse-me ella; você é para mim o universo.» Eu beijei-lhe os pés, beijei-lhe os tacões dos sapatos. Não imagina o meu contentamento. No dia seguinte, recebi uma carta tarjada de preto; era a noticia da morte de um tio meu, em Santa Anna do Livramento, deixando-me vinte mil contos. Fiquei fulminado. «Entendo, disse a Clemencia, você sacrificou tudo, por que tinha noticia da herança.» Desta vez, Clemencia não chorou, pegou em si e sahiu. Fui atraz della, envergonhado, pedi-lhe perdão; ella resistiu. Um dia, dous dias, tres dias, foi tudo vão;