NOITE DE ALMIRANTE


Deolindo Venta-Grande (era uma alcunha de bordo) sahio do arsenal de marinha e enfiou pela rua de Bragança. Batiam tres horas da tarde. Era a fina flor dos marujos e, de mais, levava um grande ar de felicidade nos olhos. A corveta d'elle voltou de uma longa viagem de instrucção, e Deolindo veiu á terra tão depressa alcançou licença. Os companheiros disseram-lhe, rindo:

— Ah! Venta-Grande! Que noite de almirante vai você pasmar! ceia, viola e os braços de Genoveva. Collosinho de Genoveva...

Deolindo sorriu. Era assim mesmo, uma noite de almirante, como elles dizem, uma d'essas grandes noites de almirante que o esperava em terra. Começára a paixão tres mezes antes de sahir a corveta. Chamava-se Genoveva, caboclinha de vinte annos, esperta, olho negro e atrevido. Encontraram-se em casa de terceiro