eu. A propria mãi de Eulalia não aceitou outra. Não lhe importaram as primeiras recusas; mas, repetindo-se, ella começou a assustar-se. Um dia, voltando de um casamento, perguntou á filha, no carro em que vinham, se não se lembrava que tinha de ficar só.
--Ficar só?
--Sim, um dia hei de morrer. Por ora tudo são flores; cá estou para governar a casa; e você é só ler, scismar, tocar e brincar; mas eu tenho de morrer, Eulalia, e você tem de ficar só...
Eulalia apertou-lhe muito a mão, sem poder dizer palavra. Nunca pensára na morte da mãi; perdel-a era perder metade de si mesma. Na expansão de momento, a mãi atreveu-se a perguntar-lhe se amava alguem e não era correspondida; Eulalia respondeu que não. Não sympathisara com os candidatos. A boa velha abanou a cabeça; fallou dos vinte sete annos da filha, procurou atterral-a com os trinta, disse-lhe que, se nem todos os noivos a mereciam egualmente, alguns eram dignos de ser aceitos, e que importava a falta de amor? O amor conjugal podia ser assim mesmo; podia nascer depois, como um fructo da convivencia. Conhecera pessoas que se casaram por simples interesse de familia e acabaram