tou que todos se prosternassem diante d'elles, como é de uso aos mandarins. Além d'isso, fez-lhes grandes presentes, cousas raras ou de valia, crocodillos empalhados, cadeiras de marfim, apparelhos de esmeralda para almoço, diamantes, reliquias. A academia, grata a tantos beneficios, pediu mais o direito de usar officialmente o titulo de Claridade do Mundo, que lhe foi outorgado.

Feito isso, cuidou Kalaphangko da fazenda publica, da justiça, do culto e do ceremonial. A nação começou de sentir o peso grosso, para fallar como o excelso Camões, pois nada menos de onze contribuintes remissos foram logo decapitados. Naturalmente os outros, preferindo a cabeça ao dinheiro, correram a pagar as taxas, e tudo se regularisou. A justiça e a legislação tiveram grandes melhoras. Construiram-se novos pagodes; e a religião pareceu até ganhar outro impulso, desde que Kalaphangko, copiando as antigas artes hespanholas, mandou queimar uma duzia de pobres missionarios christãos que por lá andavam; acção que os bonzos da terra chamaram a perola do reinado.

Faltava uma guerra. Kalaphangko, com um pretexto mais ou menos diplomatico, atacou a outro reino, e fez a campanha mais breve e gloriosa do seculo.