Kalaphangko, quando voltou a si do espanto, mandou embora os academicos, sem lhes perguntar o que queria. Um estupido? Era mister tiral-o da cadeira sem molestal-o. Tres dias depois, U-Tong compareceu ao chamado do rei. Este perguntou-lhe carinhosamente pela saude; depois disse que queria mandar alguem ao Japão estudar uns documentos, negocio que só podia ser confiado a pessoa esclarecida. Qual dos seus collegas da academia lhe parecia idoneo para tal mister? Comprehende-se o plano artificioso do rei; era ouvir dois ou tres nomes, e concluir que a todos preferia o do proprio U-Tong; mas eis aqui o que este lhe respondeu:

--Real Senhor, perdoai a familiaridade da palavra: são treze camellos, com a differença que os camellos são modestos, e elles não; comparam-se ao sol e á lua. Mas, na verdade, nunca a lua nem o sol cobriram mais singulares pulhas do que esses treze... Comprehendo o assombro de Vossa Magestade; mas eu não seria digno de mim se não dissesse isto com lealdade, embora confidencialmente...

Kalaphangko tinha a boca aberta. Treze camellos? Treze, treze. U-Tong resalvou tão sómente o coração de todos, que declarou excellente; nada superior a elles pelo lado do caracter. Kalaphangko, com um