o diploma academico levou-me justamente a cousas mui graves; mas, como o destino tinha de flagellar-me, qualquer que fosse a minha profissão, não attribuo nenhum influxo especial ao grau juridico. Obtive-o com muito prazer, isso é verdade; a idade moça, e uma certa superstição de melhora, faziam-me do pergaminho uma chave de diamante que iria abrir todas as portas da fortuna.
E, para principiar, a carta de bacharel não me encheu sósinha as algibeiras. Não, senhor, tinha ao lado d'ella umas outras, dez ou quinze, fructo de um namoro travado no Rio de Janeiro, pela semana santa de 1842, com uma viuva mais velha do que eu sete ou oito annos, mas ardente, lepida e abastada. Morava com um irmão cégo, na rua do Conde; não posso dar outras indicações. Nenhum dos meus amigos ignorava este namoro; dous d'elles até liam as cartas, que eu lhes mostrava, com o pretexto de admirar o estylo elegante da viuva, mas realmente para que vissem as finas cousas que ella me dizia. Na opinião de todos, o nosso casamento era certo, mais que certo; a viuva não esperava senão que eu concluisse os estudos. Um d'esses amigos, quando eu voltei graduado, deu-me os parabens, accentuando a sua