NOEMI


Eu quizera saber em que ella pensa
Esta mimosa e santa creatura,
Quando indeciso o seu olhar procura
Alguma estrella pelo Azul suspensa;

E que tristeza, indefinida, immensa,
Do seu olhar na flamma, ardente e pura,
Intermina e suave se condensa
Como as brumas no Céo em noite escura.

Pobre creança! Que infinita magua
Punge-te o seio e te annuvia os olhos
— Bemditos olhos sempre rasos d’agua! —

Choras... E o mundo te offerece flôres...
Deixa os espinhos, lagrimas e abrolhos,
Só para mim, que só conheço dôres!

1896