Parece do Céu. É linda
Como um menino Jesus:
Não fala direito ainda
Mas beija sorrindo a Cruz.

Às vezes, junta as mãozinhas
E finge que vai rezar...
Eu penso nas andorinhas:
Quando se põe a rezar
O lábio das criancinhas
É um’asa a palpitar.


Meu Deus! quanta luz se encerra
D’aquela vida no albor...
Protege, Jesus, na terra,
O seio branco da flor.

A alma que tu lhe deste
Guarda-a, Senhor, do martírio:
Derrama o orvalho celeste
No coração d’este lírio!

Serra da Raiz, - Fevereiro de 1898.