Mas a nota mais encantadora do livro é a do mysticismo que dá a algumas das suas poesias o amplo e solemne recolhimento de uma nave de templo, resoante da grave harmonia dos orgãos, com balbucios de preces entre suaves espiraes de incenso.
Vejam-se as quadras De joelhos:
“Ajoelhada, ó minh’alma, abraçando o madeiro,
Em que morreu Jesus, o teu celeste amigo!
A seus pés acharás o pouso derradeiro,
O derradeiro amparo, o derradeiro abrigo!
Ajoelha e soluça, implorando a alegria
Que a saudade sem fim do coração te arranca,
E a graça de viver, como a Virgem Maria,
Eternamente pura, eternamente branca...”
E, mais adeante, em Regina cœli:
“Teu nome santo, o’ Maria!
Tem a doçura innocente
De uma caricia macia,
De uma cuimera dolente...
Do céo teu nome nos desce,
N’uma harmonia divina,
Como um cicio de prece
Nos labios de uma menina...”