Dadá tinha um filhinho muito louro,
Tão louro como um raio de luar.
Aquela criancinha era o tesouro,
O imaculado encanto do seu lar.

Dadá o amava tanto que no mundo
Su’alma em cousa alguma achava brilho.
Nada alterava aquele amor profundo:
Só via o berço onde sonhava o filho.

Quanto cuidado e que afeição tão santa!
A areia onde brincando ele corria,
Se ela pudesse (ah! se não fosse tanta!)
Mesmo dentro do seio a guardaria.

Desejava que a terra fosse um ninho
Habitado por ela e os seus amores;
Queria mais que o buliçoso anjinho
Só visse o céu e só pisasse em flores.