CELESTE
A uma creança
Eu fiz do Céo azul minha esperança
E dos astros dourados meu thesoiro...
Imagina porque, doce creança,
Nas noites de luar meus sonhos doiro!
Adivinha, si podes, quanto é mansa
A luz que boia sob um cilio de oiro.
E como é lindo um laço azul na trança
Embalsamada de um cabello loiro!
Imagina porque peço, na morte,
— Um esquife todo azul que me transporte,
Longe da terra, longe dos escolhos...
Imagina porque... mas, lirio santo!
Não digas a ninguem que eu amo tanto
A côr de teu cabello e dos teus olhos!
Jardim — Agosto de 1897.