AO LUAR


A Maria Fausta e a Mercês Coelho



Astros celestes, docemente louros,
Giram no Espaço, em luminoso bando;
Ouve-se ao longe um violão plangente
E, mais além, n’um soluçar dolente,
Canções serenas, ao luar voando.

Quanta tristeza pela noite clara!
Quanta saudade pelo Azul boiando!
Cuida-se ouvir n’um dolorido chôro
As preces tristes de um magoado côro
De almas penadas ao luar rezando.

O Céo parece uma egrejinha antiga
Que a Lua branca vai allumiando...
E essas estrellas, muito alem dispersas,
São rosas brancas no Infinito immersas,
Monjas bemditas, ao luar chorando.