PREFACIO


Uma idéa central unifica a maioria destes artigos, dados á estampa n'«O Estado de S. Paulo», na «Revista do Brasil» e em outros periodicos. Essa idéa é um grito de guerra em prol da nossa personalidade. A corrente contraria propugna a victoria do macaco. Quer, no vestuario, a cinturinha de Paris; na arte, Aveugles-nés; na língua, o patuá senegalesco. Combate a originalidade como um crime e outorga-nos de antemão o mais cruel dos attestados: és congenialmente incapaz duma attitude propria na vida e na arte; copía pois, ó imbecil!

Convenhamos: a imitação é, de facto, a maior das forças criadoras. Mas imita quem assimila processos. Quem decalca, não imita, furta. Quem plagía, não imita, macaqueia. E o que os paredros do «dernier cri» fazem não passa de caretas, guinchos pinotes de monos glabros em face dos homens e das coisas de Paris.

— Macaquitos, então?

— Upa! Macacões!



Geca Tatú, coitado, tem poucas idéas nos miolos. Mas, filho da terra que é, integrado como vive no meio ambiente, se pensasse pensaria assim. Justifica-se, pois, o titulo.