Às vezes, encarava Cirino o sol; depois tapava os olhos deslumbrados e, tomado de vertigem, voltava para a sala, onde recomeçava os seus passeios.
Por que, porém, não descansava o mancebo?
Entrando familiarmente pela sala adentro, os bacorinhos se haviam abrigado dos ardores do dia e, deitados debaixo de uns jiraus, ressonavam, presa de gostoso sono.
Tudo quanto vivia apetecia a sombra e o repouso. Fora, o sol reverberava violento em seus fulgores, e as sombras das arvores iam cada vez mais diminuindo. Até uma égua com o esguio e peludo poldrinho deixara o distante pasto e viera abrigar-se, à proteção da casa, junto à qual parara já meio a cochilar.
A enervadora ação do calor estival, juntavam sua influência as monótonas modulações de umas chulas e modinhas, cantadas ao som da viola de três cordas pelos camaradas de Cirino, acomodados no rancho junto ao paiol de milho.
A tudo, entretanto, resistia o jovem, e com ascendente desassossego consultava o seu relógio de prata, tirando-o cada instante do bolso.
Passaram-se segundos, minutos e horas. Afinal soltou ele um suspiro de alivio:
—Meio-dia!,.. Cuidei que nunca havia de chegar!...
Saindo todo animado para o terreiro, chamou com voz forte: