—Melhor, obrigada, respondeu Inocência com voz aflautada e muito trêmula.

—Comeu já alguma coisa?

—Nhor-sim... uma asa de frango, mas com... bastante vontade.

—Sente o corpo abatido?

— A canseira está passando... ontem muito mais...

A pouco e pouco, fora Cirino recuperando o sangue frio e se aproximando da moça, que mais se apegou à umbreira, como que a procurar abrigo e proteção.

De um lado da porta ficou ela: do outro Cirino, ambos tão enleados e cheios de sobressalto que davam razão às olhadas de espanto com que os encarava Tico, empertigado bem defronte dos dois em suas encurvadas perninhas.

—Pois chegou a hora de tomar o remédio...

—Já, seu doutor? implorou Inocência.

—Nhã-sim.

—Eu não tenho mais nada...

—É para cortar de uma vez as sezões... Olhe, se elas voltassem... era um grande desgosto para mim...

—Mas é tão mau, objetou ela.

— Não é bom deveras... mas bem melhor é voltar à saúde...

Com um bocadinho de coragem, a gente engole tudo sem muito custo... Já que lhe amarga tanto... beberei também um pouco...

—Oh! não! protestou Inocência.

—É: para lhe mostrar... que quero sentir... o que mecê sente.

Fez-se a menina da cor da pitanga, levantou uns olhos surpresos