—Estou conhecendo, disse ele em aparte e apertando a mão de Cirino, que o doutor é homem sério e com quem se pode contar... Deixe estar... o Manecão há de ser amigo seu... Isso há de sê-lo... Pessoas de bem devem conhecer-se e estimar-se... Ora, veja o tal cujo... que temível, hem?... Não faz mal, há de ter o pago.
Se Pereira se mostrava contrariado e inquieto, muito pelo contrário parecia o naturalista nadar em mar de rosas.
—Sr. doutor, declarou ele a Cirino à mesa da ceia, por muitos motivos estou em extremo contente com a minha estada aqui... Hoje achei mais bichinhos curiosos do que em todas as zonas por que tenho andado.
—Vosmecê nem imagina, interrompeu Pereira dirigindo-se para Cirino, o que faz este senhor quando está dentro do mato. Ainda há de quebrar o pescoço nalgum barranco a que se atire, pois caminha com as ventas para o ar... Não sei como não tem ambos os olhos furados... não repara em galhos nem em nada... só o que quer e agarrar anicetos... Já o avisei umas poucas de vezes; agora, sua alma, sua palma...
Judiciosas eram as advertências do mineiro e bem cabidas; tanto assim que numa das tardes seguintes voltou Meyer todo arranhado e com um gilvaz tão grande, que imediatamente deu nas vistas de Cirino.
—Que foi isso, Sr. Meyer? perguntou ele com admiração. O sr. andou por ai afora aos trambolhões com alguma onça?