—Veio-lhe depois uma canseira, e, quando o Sr. anda, dão-lhe uns suores e tremuras por todo o corpo... O baço está ingurgitado e o fígado também... De noite fica o Sr. sem poder tomar respiração, mais sentado que deitado... As vezes tosse muito, uma tosse sem escarrar, como quem tem um pigarro seco...
—Tal qual! repetiu o enfermo com unção e quase entusiasmo.
—Pois bem, terminou Cirino, como já lhe disse, o Sr. está empalamado.
—E não há cura? perguntou Coelho meio duvidoso.
—Há, mas o remédio é forte
—Contanto que faça bem...
—Muita gente, replicou Cirino, tenho já curado em estado pior que o Sr.; mas, repito, o remédio é violento...
—Tomarei tudo, afirmou Coelho: há anos que faço um horror de mezinhas e de nenhuma delas tiro proveito. Vamos ver.
Cirino neste ponto mudou o tom de voz e olhando para Pereira:
—O Sr. sabe, observou ele que o meu modo de vida é este...
O mesmo não pensou Coelho, que tartamudeou:
—Ah!... Estou pronto... Sou pobre, muito pobre...
Piscou Pereira um olho com malícia.
Com um movimento de cabeça aplaudiu o mineiro aquela entrada em matéria.
—Costumo,