—Deixe-se de histórias, continuou Pereira. Se vosmecê não tivesse bons patacos, eu diria logo ao nosso amigo:-Olhe que este é dos nossos, não tem onde cair morto - e ele havéra de curar de graça... não é?

—Decerto, decerto, declarou Cirino com muita prontidão.

—Mas com vosmecê o caso é defronte! Doutra maneira, por que razão havia um cirurgião de andar por estes socavões? Também quer bichar um pouco...

— É muito justo...

—Cinqüenta... mil... réis, balbuciava Coelho; assim de pancada...

—Se o médico o cura, disse Meyer intrometendo-se, é negócio da China.

Nada dizia Cirino por dignidade própria. Estava folheando o Chernoviz, cujas páginas mostravam continuo manusear, algumas até enriquecidas de notas e observações à margem.

Assim no artigo opilação ou hipoemia intertropical havia ele escrito ao lado: "E o que se chama no sertão moléstia de empalamado". E, no fim abrira grande chave para encerrar esta ousada e peremptória sentença: "Todos estes remédios de nada servem. Sei de um muito violento, mas seguro. Foi-me, há anos, ensinado por Matias Pedroso, curandeiro da Vila do Prata, no sertão da Farinha Podre, velho de muita prática e que conhecia todas as raízes e ervas do campo".

—Pois bem, disse Coelho