meu mal é de pouco ... está em principio. Quem sabe... se o sr. não conhecerá alguma erva?...

— Infelizmente, respondeu Cirino, nem eu, nem ninguém conhece essa planta...

—Enfim!

E Garcia, fechando os olhos como que para concentrar as forças, continuou:

—Ah! doutor, eu sou um pobre homem... velho já cansado... Por que não me velo a morte em lugar desta podridão que me esta comendo as carnes?... Muito tempo a senti dentro de mim... Disfarcei, até ao dia em que minha neta... a filha do meu coração.. a Jacinta... ela mesma, mostrou certo receio de me abraçar . . Ah! senhor, quanto se sofre nesta vida!

E Garcia parou ofegante, empalidecendo muito.

—Dê-me água, exclamou ele, água... pelo amor de Deus!... Pudesse agora... ser o meu dia... A minha garganta... está que nem fogo! ...

E agarrou-se aos arreios para não cair no chão.

Cirino correu a buscar água.

—Onde há de ser? perguntou Pereira.

—Onde queira, respondeu o outro com pressa, veja que aquele cristão está sofrendo...

—Ah! leve a caneca de louça... Depois a quebraremos...

Com sofreguidão tomou o lázaro o vaso, bebeu de um trago e pareceu melhorar.

—Foi um vagado, disse reassumindo aos poucos a calma. Mas, como lhe contava, certeza tinha eu do mal. Agora, só quero saber uma coisa e vou-me de partida. Esse mal... pega, doutor?

—Pega, afirmou Cirino