que lá encontro menoscabada. Procuro então revestir-me com os ademanes dos homens católicos daquela época, esqueço-me exteriormente de mim, de­testo-lhe a moda absurda de impiedade, e maldigo aquele circulo de ferro, em que circunscreveu-se aquele período de torpeza. Os meus — Claustros— e algumas composições mais assumiram esta cor. Quando, porém, limito-me ao meio-século, em que tenho aparecido, e deparo com tudo o que me cerca, digo: — Respeitemos nossos pais. — Se eles olharam para a caridade cristão, para a fé evangélica, como para estátuas de irrisão, — colocaram todavia em um altar a liberdade. A liberdade também é filha do Cristo. O meu poemeto — O monge — representa princi­palmente este estado.

Eis aí, pois, a definição de meu trabalho. Julgai-o por essa maneira, — e sede rigorosos, sim, — porém justos.

A despeito de toda esta minha confissão, eu sinto, como por instinto, que muitos, lendo este livro segundo seus próprios gostos, e não segundo o espírito que por todo ele domina, dirão que é uma coleção de orações e blasfêmias. Não! eu não direi isto. Lembrarei somente que esta é a obra de um jovem educado no seio de uma corporação religiosa. É esta toda a minha apologia.

Não posso concluir este prólogo sem cumprir com o dever sagrado do agradecimento para com o Rvm. Sr. cônego José Joaquim da Fonseca Lima, e padre mestre Domingos José de Britto, pelas lisonjeiras expressões de animação e benevolência, que me dirigiram por vezes nas colunas do Noticiador Católico. O ilustrado publicista Sr. José Pedro Xavier Pinheiro é também para comigo credor de muita estima e gratidão, pelo modo distinto e acoroçoador, com que tratou-me em sua Revista no periódico Justiça. O Sr. Dr. Ricardo Gumbleton Daunt penhorou-me igualmente com as palavras de alento, que dispensou largamente comigo, na Aurora Paulistana. Julgo preencher um compromisso bem difícil, estampando nesta página a abundancia de mi­nha gratidão, muito mais ainda quando os liames da ami­zade não me estreitam a nem um deles.