Não me fora sem flores a existência
           Contínuo inverno.
Não me fora este mundo um campo estéril,
           Páramo eterno.
 
Onde só nascem, crescem e vicejam
           Males sem conto.
Donde se ceifa antecipado pranto,
           Enojo pronto.
 
Porque e para que rompeu meu corpo
           Do embrião?
Pela miséria, e para a morte interna
           Do coração!
 
E o Deus, que tem por escabelo nuvens
           De ouro e marfim,
De ofendido, parece deslembrado,
           — Triste! — de mim!
 
Deus! para que tiraste-me do imo
           Do embrião?
P'ra vida de minha alma, — ou para a morte
           Do coração?
 
 
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