Em derredor o viajor parava,
Fixava nele os curiosos olhos,
E tremia de ouvir-lhe a voz profética.
E em torno à fronte lhe brilhava um disco
De fogo mais que santo, — como alquando
Moisés descendo do Sinai co'as taboas.
Mas os homens alfim o escarneceram,
Escarneceram do pregão do apostolo,
Escarneceram do poder do Eterno.
Ele escondeu-se na soidão das lapas,
Nas desertas montanhas de Cassino,
Fugindo Roma, — a dona dos triunfos,
Roma, — a senhora das nações da terra,
E os bailes dela e as cívicas delicias
E os áulicos salões, onde reinavam
A mentira, a traição, o vicio, e o crime,
Disfarçados nos risos dos hipócritas,
Nos ademães dos cortesãos imundos.
Ele escondeu-se.— E os homens o seguiram,
E o viram co'a cabeça reclinada
Em pedra rígida, — e deitado em tálamo
De urtigas.— Mas alfim o escarneceram,
Escarneceram do pregão do apostolo,
Escarneceram do poder do Eterno.